Como um bom amante de música, conto hoje com um vasto material de música em meus dispositivos, com uma boa variedade de bandas, estilo e épocas.

Às vezes penso na minha lista de canções, e apesar da variedade, é possível perceber semelhanças entre elas.

Para muita gente, a música é só uma forma de combater o silêncio!

E agora faço uma pergunta para você que lê: Sua playlist faz sentido?

 

Música é muito mais do que um simples barulho, ela traduz estado de espírito!

Aquele carro estacionado no point da cidade, tocando uma música que não significa absolutamente nada… Aquele sujeito no ônibus, ouvindo música alta no telefone, sem fones de ouvido… Até mesmo aquele cara que coloca uma playlist em público, mas não deixa tocar nenhuma música inteira…

São criadores de ruído, de um som que não pode ser digerido!

A música, além de expressar o sentimento do compositor, ela transmite esta ideia, causando no ouvinte sensação parecida com  a que o autor teve quando compôs, ou quando o cantor interpretou.

Ela tem, ainda, o poder de transformar o ambiente em que estamos, por isso vem sendo tão utilizada em ambientes comerciais, para fins terapêuticos, em eventos que visam desenvolvimento pessoal, entre outros.

O caso a seguir aconteceu comigo:

Eu estava trabalhando em um serviço externo, e enquanto isso observava um homem adulto, próximo de seu veículo, com o som ligado em altos volumes. Mas a playlist era confusa, misturada. Ora tocava pagode antigo, ora tocava rap contemporâneo, ora tocava sertanejo universitário, uma verdadeira salada.

Não que o gosto musical deva ser de um único nome ou escala, mas é comprovado que aquilo que ouvimos traduz o que somos. Ou seja, quem ouve de tudo, não é coisa nenhuma!

Não havia traços de semelhança, ou mesmo qualquer tipo de conversação entre uma música e outra. Enquanto isso, o homem agia como um verdadeiro fantoche, conforme a música trocava, ele trocava de postura, fechava a cara, e de repente estava sorrindo, mexia com os braços com uma frequência incômoda.

Enfim, fui embora sem saber o que aquele homem era… Na verdade sei, era uma pessoa confusa na vida.

Assim como aquele homem, tem muita gente por aí perdida… Consumindo materiais duvidosos, comprometendo seu gosto musical com música que não presta! Olha só que lições legais esta história pode nos ensinar:

Primeiro: Precisamos observar o que estamos ouvindo!

Se suas músicas só falam de carro (camaro,fiorino, saveiro…) ou contém sílabas que não formam palavra nenhuma (tchu, tcha, barabara berebere, “smirnofai”, e por aí vai…), muito provavelmente você precisa rever seu “gosto”!

Observe, ainda, se os temas de suas canções são convergentes, ou seja, apontam para o mesmo lado da sua vida, canções com letras e melodias tristes dificilmente animam, e vice-versa.

Suas músicas são a tradução do que você é, se elas não dizem nada, quem é você mesmo?

Escolha suas canções com inteligência!

Segundo: Permita a variedade!

Se o gosto musical traduz ideias, sentimentos que temos quando e aonde estamos ouvindo, isto precisa apresentar algum grau de evolução, caso contrário, isso demonstra que não mudamos absolutamente nada!

Por outro lado, uma inconstância intensa no gosto musical pode estar dizendo que a nossa capacidade de permanecer em uma situação está abalada – isto é, nada na vida será perene, absolutamente tudo será volúvel!

Terceiro: A música fala uma coisa para cada pessoa!

Quem está ao nosso redor não tem a obrigação de ficar ouvindo nossas músicas, muitas vezes sentindo-se até mesmo perturbadas… Naquele dia, por exemplo, eu não estava com vontade de ouvir pagode, escutei por falta de opção!

A mensagem que a música carrega chega em cada pessoa de forma diferente, ou seja, o que me soa agradável pode soar perturbador para algumas pessoas.

É típico de uma pessoa de respeito que escute suas próprias canções em seu local particular, ou se for o caso, como fones de ouvido.

Quarto: Ser eclético não significa ouvir QUALQUER COISA!

De alguma forma, as músicas que ouvimos tem uma ligação entre si, seja pelo momento em que conhecemos, pelo momento da vida em que estamos, pela estrutura musical, por gostar da banda, enfim…

Mas quem ama música sabe que tem muita coisa ruim por aí, acaba ferindo nossos ouvidos (talvez até literalmente).

Ou seja, ser eclético significa ter um gosto mais abrangente, mas não quer dizer que vamos ouvir absolutamente qualquer coisa, sem a menor preocupação em entender o que está se passando.

GOSTO É GOSTO?

Como eu disse, cada pessoa vai receber uma música de maneira diferente de outra pessoa. É exatamente isto que forma o gosto! Eu gosto porque me traz alguma lembrança, você não gosta porque te traz alguma sensação, e por aí adiante.

E quando observamos o que há por trás da música, de onde vem a letra, porque a melodia é como ouvimos, isto nos dá base para “reclassificarmos” nossas canções, como se fosse uma hierarquia de afeto (gosto mais dessa, nem tanto dessa).

Gosto é gosto, sim! E que haja respeito por isso, também, mas vale lembrar que “gosto é igual nariz, cada um tem o seu”.

 

Não estou dizendo que não podemos relembrar alguns “sucessos do passado”, porém, se ouvimos a mesma música certo tempo depois de conhecê-la, e ela ainda tem a mesma carga emocional, algo está errado!!!

Toda vez que você repete uma música, o sentimento dela deve estar diferente, seja reafirmando, seja mudando de ideia – não se pode aceitar que o pensamento não se altere cada vez que pensamos sobre algo, assim com a música, ela tem que evoluir junto com a gente!

Portanto, preste atenção no que você ouve, e faça um comparativo com o seu estilo de vida, com os seus objetivos, com o que você quer se tornar; A música é uma companheira incrível, mas ela precisa nos acompanhar, para que faça sentido, para que não seja mais um ruído no nosso dia-a-dia.

Resumindo, ouvir a mesma coisa sempre, ou da mesma forma, sinal de que não mudamos nada… mas ouvir muita coisa ao mesmo tempo, variar demais, também é sinal de que não conseguimos absorver a ideia da música, é como se as trocas de estilo fossem uma forma de fugir da compreensão do estilo anterior…

E quanto à frequência com que ouvimos, estamos a mercê de conhecermos a nós mesmos… Eu, por exemplo, passo e a noite pensando em música, escrevendo sobre ela, tocando, cantando, assoviando, ou só ouvindo…

Pensar no próximo é um ato de respeito, portanto, o mínimo a fazer é pensar antes de sair por aí espalhando a sua música a pessoas que não solicitaram trilha sonora.

Música é uma linguagem universal, através dela podemos nos comunicar e criar laços. Não esqueça, o que você ouve testemunhará contra ou a favor de você diante do mundo.

E você, o que tem ouvido?

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